CAMPO GRANDE
Candidata à reeleição à Prefeitura de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) não compareceu ao debate nesta quinta-feira (17), promovido pelo SBT MS.
Com isso, a adversária Rose Modesto (União Brasil) respondeu perguntas gravadas de moradores da capital e detalhou suas propostas durante o programa que era para ser um debate, acertado entre as campanhas das candidatas.
A prefeita explicou sua ausência porque, no mesmo horário, participou do Encontro do Movimento Mulheres Conservadoras do Brasil com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e da senadora Damares Alves, no espaço Aliançados Arena.
O SBT, no entanto, argumentou que a candidata assinou termo de compromisso público de que participaria do debate. “O mínimo que se esperava é que a candidata cumprisse com sua palavra”, afirmou o apresentador Tatá Marques, mediador do debate, que virou entrevista isolada com Rose Modesto.
“O mínimo que se esperava é que a candidata cumprisse com sua palavra” — Tatá Marques, mediador do debate que não ocorreu
Ao responder as perguntas, Rose fez compromisso de “enxugar a máquina pública”; valorizar servidores, em especial os da Educação; acabar com a “cracolândia” do Centro, criar um centro qualificação profissional no prédio da antiga rodoviária e fortalecer a GCM (Guarda Civil Metropolitana).
Rose também disse que vai fazer parcerias para que a região central tenha estacionamento para todos e criar núcleos em regiões da cidade, com equipes multidisciplinares para dar laudo de diagnóstico às famílias de alunos com transtornos e deficiências, além de acabar com as obras de estações de embarque no meio de ruas e avenidas.
Educação e saúde
A candidata destacou que é movida pelo sonho de poder ajudar a “transformar a vida de pessoas que estão sofrendo”. Ela citou fila de 70 mil pessoas para consulta com especialista e cirurgias e prometeu acabar com as favelas da Capital.
Rose citou fila de 70 mil pessoas para consulta com especialista e cirurgias e prometeu acabar com as favelas da capital
Mencionou ainda a chamada “folha secreta”, referindo-se a diferença de mais de R$ 300 milhões que o TCE (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) descobriu na folha de pagamento da prefeitura. Ela disse que o valor foi usado para pagar “supersalários para aproximadamente cinco mil pessoas”, dinheiro que serviria para construir um Hospital Municipal e 21 novas Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil). “Não são críticas pessoais, mas sim ao modelo de governo dela [Adriane]”, disse Rose.
A todo momento, a candidata, que é ex-superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste, reforçou que é mais preparada porque tem experiência e, como pessoa de centro-direita, sabe dialogar com todos os governantes, independentemente de partido político.
Também detalhou planos para saúde e cravou datas para cumprir os compromissos mais urgentes. “A saúde de Campo Grande tem jeito. Vamos diminuir essa fila o quanto antes, nos primeiros 100 dias”, garantiu Rose.
Rose reforçou que é mais preparada porque tem experiência e, como pessoa de centro-direita, sabe dialogar com todos os governantes
A candidata planeja fazer mutirões em hospitais para acelerar a fila de cirurgias e exames para pessoas que estão aguardando há anos. Ela também prometeu que não faltará remédios em sua gestão. Mencionou planos para fazer consultas por telemedicina. “Se tivesse acabado com a folha secreta não faltaria remédio”, criticou Rose.
Trânsito
Sobre os pontos de embarque não terminados no meio de ruas e avenidas, Rose foi categórica. A candidata destacou que “essas obras estão matando gente” e “matando o comércio” e, por isso, se comprometeu a “acabar” com as obras de terminais em ruas e avenidas. “Esses pontos não servem. Foi um projeto malfeito”, disse Rose.
Além disso, afirmou que vai cobrar o Consórcio Guaicurus o cumprimento do contrato e, se isso não ocorrer, revogará para fazer nova licitação. Prometeu ainda a construção de quatro novos terminais para ligar a cidade.
“Esses pontos não servem. Foi um projeto malfeito” — Rose sobre as paradas de ônibus no meio da rua
O plano dela prevê investimento de R$ 230 milhões em BRTs (Bus Rapid Transit), que significa “transporte rápido por ônibus” e é um sistema de transporte público com ônibus de alta capacidade para oferecer serviço rápido, confortável e eficiente.
Com relação à mão de obra para atender empresas e preencher vagas de emprego que estão sobrando todos os anos em Campo Grande, Rose destacou que tem projeto para revitalizar o prédio da antiga rodoviária, transformando-a em um centro de qualificação, mencionando a Rota Bioceânica que trará ainda mais oportunidades de emprego.
Ela deu destaque às mulheres que recebem o benefício Mais Social. “Elas terão espaço na escola de capacitação para melhorar a renda”, disse.
No segundo bloco, Rose respondeu perguntas que o SBT colheu de pessoas nas ruas da cidade. A primeira foi sobre falta de remédios nas unidades de saúde. “Não tem sequer um sistema para monitorar”, disse Rose, ao classificar a situação como “irresponsabilidade e afronta à população”.
Com informações do portal de notícias Campo Grande News