CAMPO GRANDE
A prefeita Adriane Lopes (PP), 48 anos, foi reeleita neste domingo (27/10) prefeita de Campo Grande com 51,45% dos votos contra 48,55% da ex-deputada Rose Modesto. As concorrentes travaram disputa apertada durante o segundo turno, após garantirem presença contra outros candidatos bem posicionados, eleitoralmente, os deputados federais Beto Pereira (PSDB) e Camila Jara (PT).
Ela teve 222.699 votos contra 210.112 de Rose Modesto, diferença de 12.587 votos. Mais do que a conquista do mandato de quatro anos como prefeita de uma cidade com mais de 900 mil habitantes, Adriane Lopes entra para a história como a primeira mulher eleita prefeita na capital.
Adriane Lopes ocupa o cargo desde abril de 2022, mas assumiu na condição de vice do então prefeito Marquinhos Trad (PDT), que renunciou ao cargo para disputar o governo do Estado.
O resultado põe em dúvida a maioria dos institutos de pesquisa, que divulgaram levantamentos dando vitória à Rose Modesto dentro da margem de erro, as quais variaram de dois a 3,8 pontos percentuais, como a Paraná Pesquisas.
A disputa no segundo turno foi marcada pela divisão da direita no município, especialmente a ala bolsonarista. Adriane teve apoio da senadora Tereza Cristina (PP), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deputados federais, estaduais e vereadores. Já Rose contou com o apoio do segundo colocado a governador em 2022, o ex-deputado bolsonarista Capitão Contar (PRTB), deputados estaduais e vereadores.
Adriane terá maioria na Câmara Municipal. A prefeita tem pelo menos o apoio de 16 dos 29 vereadores eleitos para o período de 2025-2028.
Situação caótica
A futura prefeita também terá que enfrentar a caótica situação fiscal, com a folha do funcionalismo acima do limite de alerta, bem como o elevado comprometimento da receita corrente líquida com despesas fixas. Prévia do Tesouro Nacional divulgada pelo MS em Brasília em julho revela que o município compromete 96,96% das suas receitas, restando pouco mais de 3% para investimentos.
Campo Grande é a segunda pior capital em relação aos indicadores fiscais e econômicos. Desde 2017, o município tem recebido nota C do Tesouro Nacional em gestão fiscal, o que demonstra desequilíbrio nas contas. Tem ainda os piores indicadores entre as cinco principais cidades de Mato Grosso do Sul, cujo ranking é liderado por Três Lagoas, Dourados, Ponta Porã e Corumbá.