ANTONIO CARLOS TEIXEIRA (*)
Depois de mais de mês sem técnico, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, anunciou nesta segunda-feira (23) o nome de Pedro Caixinha para substituir Fábio Carille, que comandou o clube na campanha da Série B em 2024.
Antes de anunciar Caixinha, o presidente apresentou Pedro Martins, ex-Botafogo, como novo diretor-executivo do clube, o CEO, cargo mais alto na hierarquia de uma empresa.
Coincidentemente, as duas primeiras opções de técnicos trabalhadas pelo presidente Marcelo Teixeira foram as mesmas deste modesto jornalista, ou borra-papéis, como queiram: Luís Castro e Pedro Caixinha (ver aqui). Jorge Sampaoli seria a terceira opção, mas o argentino acertou sua ida para o futebol francês.
Gostei do que vi e ouvi do Pedro Martins. Com estilo discreto, sem a caricatura de CEOs, com linguajar simples, próprio do futebol, não se preocupou em fazer pose de “fodão” nem pareceu escolher palavras bonitas para impressionar. Convenhamos: é o caminho mais fácil para o sucesso.
Coincidentemente, as duas primeiras opções de técnicos trabalhadas pelo presidente Marcelo Teixeira foram as mesmas deste modesto jornalista
Em relação a Caixinha, Pedro Martins reforçou o que escrevemos sobre o português no mesmo artigo mencionado acima: gosta de trabalhar com a base e dá espaço para a garotada. Além disso, suas equipes são bem ajustadas em campo. No RB, só faltou mesmo às equipes dele a força e o peso da camisa, da tradição. E no Santos ele terá tudo isso.
É preciso que os reforços sejam pontuais. O Santos não pode mais flertar com os erros que ocorreram de 2021 para cá, quando o clube passou a ser gerido como se fosse a quitanda da esquina. A falta de preparo de Andrés Rueda e seu corpo auxiliar nos levaram a ter os três piores anos da nossa história, período que terminou com o clube indo parar na segunda divisão.
O Santos não pode mais flertar com os erros que ocorreram de 2021 para cá, quando o clube passou a ser gerido como se fosse a quitanda da esquina
Com os Pedro – Martins e Caixinha – cresce a esperança de que, enfim, o Santos consiga estar não apenas entre os times lá de cima da tabela, mas também entre os mais bem administrados. Espera-se ainda que o clube estanque a sangria dos cofres por conta de maus negócios, como na gestão de Andrés Rueda, figura abominável, que está marcada para sempre na história do Santos, o clube de Pelé.
A chegada de Pedro Martins tem que ser complementada com as saídas dos ineptos Alexandre Gallo e Paulo Bracks, além de Marcelo Fernandes e Arzul. O clube precisa respirar novos ares. Não se renovam procedimentos insistindo e premiando a incompetência.
Com os Pedro, cresce a esperança de que, enfim, o Santos consiga estar entre os times lá de cima da tabela, mas também entre os mais bem administrados
Em conversa que tive em novembro com Marcelo Teixeira, vi nele o que chamo de “honestidade de propósito” e destaquei isso no Twitter. Quando se oferece a sua integridade tudo fica mais fácil. As coisas tendem a começar a dar certo. Mais do que palavra bonita, é cuidar para que nossas ações não causem prejuízos, dores ou ilusões à coletividade que nos propusemos a representar. Vale para tudo na vida.
(*) Torcedor e sócio do Santos, jornalista, assessor na Receita Federal, pós-graduado em Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e especializando-se em Criptoativos – Rastreamento, Ilícitos Criminais e Tributários (RFB).
Twitter: @actbrasilia