BRUNNA SALVINO, DE CAMPO GRANDE
A Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (Aspra-MS) afirma que a deputada federal Camila Jara (PT) tratou com “desrespeito e oposição” a atuação legitima e constitucional da Polícia Militar, durante trabalho de rotina no último sábado (21), na Rua 14 de Julho, em Campo Grande.
A nota de repúdio, divulgada na última segunda-feira (23), diz ainda que Jara “interferiu e instigou pessoas a se oporem ao trabalho de fiscalização realizado pela Polícia Militar, que averiguava denúncias de perturbação do sossego público e uso de entorpecentes”.
Afirma ainda que “a abordagem policial é uma medida legítima e prevista em lei, que visa assegurar a ordem e a segurança pública, sendo realizada independentemente do gênero da pessoa abordada, sempre com respeito à dignidade humana”.
“A abordagem policial é uma medida legítima e prevista em lei, que visa assegurar a ordem e a segurança pública” — Trecho da nota da Aspra-MS
Em publicação feita nas suas redes sociais, Camila Jara relata que esteve sábado à noite na Rua 14 de Julho para “demonstrar apoio aos bares que resistem e revivem o centro da nossa capital”.
Sem provas, disse que “as pessoas têm presenciado há semanas ações que parecem ser direcionadas, uma espécie de “toque de recolher extraoficial” aos comerciantes e frequentadores do local”.
Também sem apresentar evidências, afirma que ações desse tipo “não são vistas com a mesma força e frequência em outros bares de ruas elitizadas”.
Nessa mesma postagem, Jara admite, até com certo orgulho por causa da sua altura, que “peitou” a polícia e depois se identificou como deputada.
“Um policial desceu da viatura com a arma em punho e ia em direção aos civis que estavam no bar. Ele deu de cara comigo na porta da viatura. De ímpeto, questionei o motivo da operação e da arma. Quando me identifiquei como deputada federal, ele a abaixou”, descreve.
Jara admite, até com certo orgulho por causa da sua altura, que “peitou” a polícia e depois se identificou como deputada
Apesar da publicação, a “representante do povo” não explicou em nenhum momento por que decidiu enfrentar os policiais, que cumpriam determinações legais.
Apenas celebrou sua atitude: “Eu, com meu 1,60m, fiquei entre o batalhão e as pessoas porque acredito no poder da economia criativa para reviver a cidade. São dezenas de eventos sem sequer uma briga, são centenas de pessoas que agora têm opção de lazer, são milhares de reais gerando emprego e renda para a cidade”.
Segundo a associação dos militares, a atuação da polícia segue critérios técnicos e legais e “disseminar informações errôneas contribui para o enfraquecimento da confiança na instituição e para a desinformação da sociedade”.
E continua: “Essa conduta não só deslegitima a autoridade policial, mas também coloca em risco a segurança dos agentes e da sociedade”.
De acordo com a entidade, não é a primeira vez que Camila Jara tem essa postura, de enfrentar a polícia. “Quando vereadora, Camila Jara se posicionou de forma semelhante contra uma ação da Polícia Militar em uma festa LGBT, que estava descumprindo as medidas de segurança estabelecidas para conter a disseminação da COVID-19”, acrescenta a nota.