LARRISA ARRUDA, DE BRASÍLIA
Dois dias depois de declarar que o PL em Mato Grosso do Sul já teria um nome certo para disputar o Senado em 2026, o ex-presidente Jair Bolsonaro desfaz mal-entendido e afirma que os candidatos do partido, onde houver mais de um interessado, serão definidos por pesquisa.
“A gente vai lançar um candidato para o Senado. Eu teria precedência para indicar esse nome. Não vai ter peixada. Não vai ter cheguei na frente, sou amiguinho. Onde tivermos dúvidas, vamos fazer uma pesquisa no estado”, declarou Bolsonaro, em entrevista na última quarta-feira (22) ao canal Auri Verde Brasil no Youtube (ver trecho abaixo).
O ex-presidente afirmou ainda que, onde o PL não tiver candidato competitivo, irá apoiar candidaturas de outras legendas de direita. “São pessoas que terão credibilidade. Não é um Senado que a gente quer para perseguir, mas é um Senado que irá se posicionar quando alguém estiver passando do limite”, acrescentou.
Onde o PL não tiver candidato competitivo, irá se unir a candidaturas de outras legendas de direita
A nova declaração, dois dias depois, ameniza o mal-estar que começava a se instalar entre bolsonaristas do Estado. Na entrevista concedida na última segunda-feira (20), o ex-presidente afirmou que o PL lançaria uma mulher, sem mencionar nome.
Os deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira têm objetivo de lançar as respectivas esposas para disputar uma das duas vagas em Mato Grosso do Sul.
Ocorre que ficou para trás o tempo em que Bolsonaro tocava a cabeça de certos candidatos e eles saiam das urnas forrados de votos, como ocorreu com as eleições de Soraya Thronicke (Podemos) ao Senado e de Loester Trutis (PL) a deputado federal em 2018.
Daí a cautela para que os pré-candidatos nos estados tenham densidade eleitoral, capaz de tirar as chances de a esquerda conquistar mais cadeiras no Senado.
A nova declaração, dois dias depois, ameniza o mal-estar que começava a se instalar entre bolsonaristas do Estado
O ex-presidente deixou claro que não irá apoiar candidatos que tenham ligações com o governo Lula. “Não adianta estar hoje ao lado do Lula, desse governo, e chegar em 2026 usando verde-amarelo. Não vai ter isso”, advertiu, dizendo que o objetivo da direita é conquistar 40 das 54 vagas.
Fora do PL, Bolsonaro teria outros aliados na disputa pelo Senado: o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB). Ambos teriam maior densidade eleitoral para garantir as vagas. Reinaldo por ter sido governador por dois mandatos; e Contar por ter disputado o segundo turno para governador em 2022.
Fora do PL, Bolsonaro teria outros aliados interessados na disputa pelo Senado: o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB)
O senador Nelsinho Trad, embora não tenha a confiança dos bolsonaristas sul-mato-grossenses, corre por fora, uma vez que há intenção de seu partido, o PSD, apoiar a reeleição do presidente Lula. Nesse caso, ficaria sem palanque bolsonarista, sobrando candidatura avulsa, ou alinhada à esquerda devido à realidade nacional.