CAMPO GRANDE
A economia de Mato Grosso do Sul crescerá 4,4% em 2025, o maior percentual entre os 27 estados brasileiros. O crescimento será puxado pelo agronegócio, que é sustentado pelas exportações de carne bovina, soja e celulose.
As projeções são da Tendências Consultoria Econômica, formada pelo ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega e pelo ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola, entre outros economistas.
É o segundo documento sobre análise da economia do país que põe Mato Grosso do Sul na liderança de crescimento para 2025. O primeiro foi divulgado pelo Banco do Brasil no início de janeiro.
“São projeções que nos dão ânimo para seguirmos nesse rumo porque temos trabalhado para desenvolver ainda mais nosso Estado, econômico e socialmente”, avalia o governador Eduardo Riedel.

Secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez tem opinião semelhante. Segundo ele, a busca por resultados efetivos é a marca do governo. “Tudo o que fazemos tem um objetivo, que é alcançar resultados objetivos com foco no crescimento econômico e no desenvolvimento humano”, reforça.
No ranking nacional da Tendências, Mato Grosso aparece em segundo lugar, com projeções de crescimento de 3,7%, 0,7% ponto percentual atrás de Mato Grosso do Sul, ambos estados impulsionados pela produção agrícola.
O relatório mostra ainda que a região Centro-Oeste puxará o PIB nacional, devido à safra de grãos 2024-2025. A estimativa é que serão produzidos 322,25 milhões de toneladas. A média de crescimento da região deve ser de 2,8%, contra 1,8% do Sul, 1,6% do Sudeste, 2% do Nordeste e 2,7% da Região Norte.

Relatório do BB
No início de janeiro, o Banco do Brasil também divulgou relatório revisado da Resenha Regional. Mato Grosso do Sul mais uma vez aparece na liderança do ranking, com projeção de 4,2% de crescimento, contra uma média geral de 2,2% no país.
O segundo colocado é Mato Grosso, com 4,1%, enquanto o Rio Grande do Sul aparece em terceiro, com 4,0%. A média por região é de 3,2% no Centro-Oeste, 3% no Sul, 2,7% no Norte, 1,9% no Nordeste e 1,7% no Sudeste.
Dividindo o PIB total por setores, a projeção de crescimento do PIB agropecuário de Mato Grosso do Sul é de 11,7%, o maior do país, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 11,4%. A média nacional nesse setor é de 6% – ou seja, quase metade do índice sul-mato-grossense.
Mato Grosso do Sul mais uma vez aparece na liderança do ranking, com projeção de 4,2% de crescimento — Relatório do Banco do Brasil

“Entre os estados de produção mais expressiva, contemplando as duas safras, o crescimento é esperado com mais intensidade no Mato Grosso do Sul (32,9%), Rio Grande do Sul (20,8%) e Rondônia (22,4%). Na outra direção, Mato Grosso, maior produtor nacional, deve apresentar recuo na produção (6,4%) impactado pelo recuo no rendimento médio (-6,4%), especialmente da 2ª safra”, destaca trecho da resenha ao falar sobre o volume da produção.
Outro setor que ganha expressão é a indústria de papel e celulose, que já tem R$ 105 bilhões em investimentos anunciados no Brasil até 2028, sendo mais de 70% deles destinados para o Mato Grosso do Sul – R$ 75 bilhões, conforme dados da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).

A resenha do Banco do Brasil aponta tais investimentos também como fomentadores essenciais para o crescimento econômico sul-mato-grossense, em especial no volume industrial. “Com abertura de novas fábricas, ampliação das plantas já existentes e obras de infraestrutura logística para escoamento da produção e traz boas expectativas no âmbito regional”.
Economia forte
Nos últimos seis anos, o PIB dobrou em Mato Grosso do Sul, puxado pelo agronegócio, agroindustrialização e a chegada de grandes empreendimentos no setor de florestas e celulose. Com condições climáticas favoráveis, a agricultura deve se consolidar ainda mais como um dos principais motores econômicos da região.
Nesse cenário positivo, Mato Grosso Sul se destaca nas projeções de crescimento e, além do agronegócio, outros setores também devem impulsionar o desenvolvimento regional, como a indústria alimentícia e de serviços, que deve se beneficiar com a expansão do agro.

De acordo com a coordenadora de Estatística e Economia da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Bruna Dias, o ciclo de investimentos e a expansão da agroindústria têm gerado impactos significativos no mercado de trabalho, aumentando a ocupação e promovendo o crescimento da renda média da população.
O ciclo de investimentos e a expansão da agroindústria têm gerado impactos significativos no mercado de trabalho
“O rendimento médio mensal real da população residente passou de R$ 2.561 em 2015 para R$ 3.035 em 2023, demonstrando aumento consistente da renda. Na indústria, a remuneração real média também acompanhou essa evolução, crescendo de R$ 3.025,64 em 2015 para R$ 3.547,95 em 2023”, comenta Bruna.
E completa: “Esse avanço da renda média amplia a base de consumo de produtos mais elaborados e serviços de maior valor agregado, incentivando a industrialização e a diversificação econômica. Como vetor importante de desenvolvimento econômico e social, esse processo gera impactos positivos em diversas áreas, consolidando Mato Grosso do Sul como um polo em crescimento”.
Com informações da Secretaria-Executiva de Comunicação de MS