De Brasília
O deputado federal Loester Trutis (PSL) gastou, de maio a novembro, R$ 216.565,00 com o pagamento de consultoria jurídica. Os recursos foram, em tese, pagos pelo parlamentar e reembolsados pela Câmara dos Deputados.
O pagamento tem sido feito todo mês, sistematicamente, desde maio, com valores que variam de R$ 28.000,00 a R$ 31.000,00 a Agneli & Andrade Advogados, localizado em Campo Grande. O valor de cada nota é depositado na conta corrente do parlamentar.
Apesar de ter gastado mais de R$ 216 mil em oito meses com escritório de advocacia, Trutis pode solicitar o trabalho dos consultores da Câmara dos Deputados, área em que atuam 231 servidores.
Além do apoio de técnicos da Casa, Trutis não esconde seu orgulho pela qualidade da sua equipe de funcionários. Em uma postagem no Facebook em 11 de junho, o parlamentar destacou as qualificações dos seus assessores, como as do seu jurídico:
“Sobre minha equipe: Um chef (sic) de gabinete MBA em gestão, um jurídico fluente em inglês com experiência no STF, um doutor relações exteriores com experiência no Itamaraty fluente em 6 idiomas. Um orçamento analista da PGR, uma secretaria com 8 anos na câmara especialista em todos os sistemas operacionais da casa”.
Impropriedades
Nessa mesma postagem, Trutis diz que pode gastar R$ 40 mil por mês com a contratação de 25 servidores, mas que “gastava esse valor em três meses”.
“Meus critérios são técnicos, todos os currículos são analisados e um exame antidoping é pedido. Posso ter 25 funcionários e tenho 15. Posso gastar 40 mil mês e gasto isso em 3 meses”.
O MS em Brasília checou as informações e constatou vários equívocos. Trutis dispõe de R$ 111.675,59 por mês e, em junho, quando fez a publicação, gastou R$ 109.076,40.
Mais: de fevereiro a outubro, o pesselista utilizou R$ 874.394,42 com a contratação de pessoal para o seu gabinete. Esse montante, somados aos valores pagos aos advogados da capital, atinge R$ 1,090 milhão.
O parlamentar cometeu mais impropriedades ao dizer que dispensou carro e motorista. Diferentemente do Senado, a Câmara não disponibiliza veículo para os parlamentares nem motorista, profissional que deve ser contratado pelo gabinete.