BRASÍLIA
O deputado Beto Pereira (PSDB-MS) foi ao Marrocos na semana passada como “missão oficial”, autorizada pela Câmara, para assistir ao jogo do Flamengo na semifinal do Mundial de Clubes. Ele é o terceiro suplente da Mesa Diretora da Casa.
A partida contra o time árabe Al-Hilal ocorreu na terça-feira passada, 7 de fevereiro. No mesmo dia e praticamente no mesmo horário, houve sessão de votação no plenário da Câmara, mas o deputado não registrou presença. Ele foi flagrado na transmissão do jogo
As informações são do portal UOL.
O deputado sul-mato-grossense chegou a publicar a viagem ao Marrocos com o filho em suas redes sociais, mas a postagem não está mais disponível. Ele é filho do ex-senador Valter Pereira, que assumiu a vaga com a morte do senador Ramez Tebet, em 2006.
Naquele dia, o plenário aprovou acordos internacionais com Marrocos, Romênia e Peru. O sistema da Casa contabilizou a ausência, mas a classificou como “missão autorizada”. Ou seja, o dia de falta não seria descontado do salário do parlamentar —diferentemente das faltas sem justificativa, em que o deputado deixa de receber por ter se ausentado.
Ao UOL, Pereira confirmou a ida dele à partida e disse, em nota, que a decisão de viajar foi tomada por conta própria, para cumprir a promessa que fez ao seu filho, em comemoração ao aniversário dele de 15 anos. O deputado esclareceu que a viagem foi paga com recursos próprios.
Após a reportagem questionar o porquê de ter a justificativa da viagem como “missão autorizada”, uma vez que o passeio foi de caráter pessoal, o sistema da Câmara alterou o status da falta do deputado para apenas “ausência”.
O assessor jurídico e legislativo de Pereira explicou ao UOL que o pedido para a alteração foi feito pelo gabinete, uma vez que o parlamentar não participou da sessão por motivos pessoais. Segundo o funcionário, a justificativa de “missão autorizada” para a falta seria “automática” do sistema da Câmara, uma vez que o deputado integra a Mesa Diretora da Casa.
“Não sabíamos que era assim. Quando o deputado viajou, não registrou presença e achamos que ficaria como ‘ausência'”, informou. “Fomos atrás para alterar”, completou. “Os valores serão devidamente descontados do pagamento do parlamentar no mês de fevereiro”, reforçou.
A reportagem pediu uma explicação à assessoria de imprensa da Câmara. Mas, até a última atualização deste texto, não havia tido retorno.