No mesmo dia em que os congressistas retiraram R$ 500 milhões da Saúde para turbinar o fundo eleitoral, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovava projeto polêmico: o Serviço de Atendimento Médico de Urgência Veterinário, o SamuVet.
De acordo com projeto, do deputado distrital Roosevelt Vilela (PSB), o objetivo é “oferecer aos animais vítimas de abandono e maus-tratos o atendimento necessário para preservação de sua vida”.
O serviço deve funcionar 24 horas para atender animais e obriga o governo a criar um serviço telefônico exclusivo para que as pessoas acionem o SamuVet. O atendimento aos animais deve ser feito em um veículo equipado com material necessário para primeiros socorros.
Pesquisa divulgada em 2019 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 70% dos brasileiros não têm plano de saúde particular, individual ou empresarial.
A proposta faria sentido em países como Suiça, Dinamarca, Noruega e outros onde a população dispõe de serviços públicos gratuitos e de qualidade.
No Brasil, o sistema de saúde, embora universal, presta serviço de péssima qualidade: faltam leitos, médicos, medicamentos, com hospitais e unidades de saúde superlotadas.
“Se as pessoas no Brasil são tratadas como animais, como seria o tratamento dado aos animais? O país não está preparado para oferecer esse tipo de serviço. Vamos primeiro dar dignidade à raça humana”, diz a auxiliar de enfermagem Evelim Rodrigues.