CAMPO GRANDE
O ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) terá que reassumir o cargo de assistente jurídico da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) até dia 1º do próximo mês.
Esse é o prazo para que o político esteja de volta às atividades de servidor público efetivo, cargo que recebeu em 1988 do pai, o então deputado estadual Nelson Trad. Marquinhos é irmão do senador Nelsinho Trad e do ex-deputado federal Fábio Trad, ambos do PSD.
Ao renunciar ao cargo de prefeito da Capital em 1º de abril de 2022, Trad teve que pedir licença, sem remuneração, de um ano da Assembleia para tratar de assuntos particulares.
Em 1986, o jovem filho de político conseguiu a proeza de, ao mesmo tempo, trabalhar na Assembleia Legislativa do Estado, em Campo Grande, e fazer faculdade de Direito no Rio de Janeiro, cidades separadas por 1.400 quilômetros.
Marquinhos conseguiu a proeza de, ao mesmo tempo, trabalhar em Campo Grande e fazer faculdade no Rio de Janeiro
O ex-prefeito tem ainda a possibilidade de pedir a renovação do afastamento por igual período, até o limite de três anos, de acordo com o artigo 114 da Lei 4.091/2011. A licença pode ser renovada por igual período.
Na condição de prefeito de Campo Grande entre janeiro de 2017 e março de 2022, Marquinhos Trad ficou afastado do cargo efetivo da Assembleia, conforme item II do artigo 38 da mesma lei.
Houve tentativas para obter o salário de Marquinhos Trad, mas o portal transparência da Assembleia omite essas informações, em flagrante desrespeito à Lei de Acesso à Informação. A norma obriga órgãos da União, Estados e municípios a divulgarem, nominalmente, o salário de cada servidor, efetivo e comissionado.
A reportagem também recorreu à assessoria de imprensa da Assembleia em mensagem encaminhada às 18h29 de terça-feira (7). A área manteve a postura de nunca responder aos pedidos de informação. No dia 8, às 12h42, encaminhou pedido à Ouvidoria, também não atendido.
Houve tentativas para obter o salário de Marquinhos Trad, mas o portal transparência da Assembleia omite essas informações
Em relação à falta de transparência do legislativo estadual sobre o salário do funcionalismo, o jornal tratou do caso em reportagem publicada em 2 de junho do ano passado (ver aqui).
Outro lado
O MS em Brasília procurou o ex-prefeito para saber se ele renovará o pedido de afastamento, ou se reassumirá o cargo na Assembleia Legislativa. Foram feitos dois pedidos de entrevista: pelo perfil dele no Instagram às 11h24 e por aplicativo de conversas às 12h15, ambos na terça-feira (7), mas não houve resposta.