CAMPO GRANDE
Na semana passada a Prefeitura de Campo Grande publicou ranking divulgado pelo Ministério da Saúde, segundo o qual o município aparece na 7ª colocação entre as capitais, no Índice Sintético Final (ISF), no âmbito do Programa Previne Brasil.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (30) pelo colunista da CBN Campo Grande, Edir Viegas.
Segundo o jornalista, na matéria publicada no portal do município, a pontuação alcançada, de 7,01 no primeiro quadrimestre de 2023 é bastante comemorada, com direito à manifestação da prefeita Adriane Lopes.
“A saúde é e sempre será prioridade na nossa gestão. Estamos trabalhando para dar à população campo-grandense uma saúde digna e de qualidade. E esse resultado vem coroar todo o trabalho que vem sendo realizado”, disse Adriane.
“Mas a notícia, analisada por outro ângulo, o real, não é tão alvissareira quanto quer fazer crer a prefeitura”, aponta o jornalista.
Campo Grande de fato está na 7ª posição entre as capitais. Mas em Mato Grosso do Sul, entre todos os 79 municípios, amarga a 62ª posição (ver quadro abaixo). Caso a Capital estivesse 17 pontos atrás do índice conquistado, estaria na última colocação.
Mais: em nível nacional, Campo Grande aparece na 4.109 colocação, o que não parece ser posição suficientemente positiva a ensejar qualquer comemoração quando lembramos que o Brasil possui 5.568 municípios.
A prefeitura também comemorou os resultados alcançados nos últimos seis anos com relação à cobertura de Atenção Primária de Saúde, saindo de 33,27% para 71,28%, conforme dados extraídos do sistema E-Gestor e disponíveis na plataforma oficial do Ministério da Saúde.
Parte dos números divulgados pela prefeitura não bate com os que estão na plataforma e-Gestor. Além disso, acrescenta Edir Viegas, apesar de a Atenção Básica de Saúde em Campo Grande ser hoje de 74,73%, o índice está ainda bem abaixo de Três Lagoas e Ponta Porã, ambos os municípios com 100% de cobertura, e também de Corumbá (84,79%, Dourados (84,16%), Paranaíba (89,01%) e nova Andradina (87,6%), dentre outros.
Durante audiência pública ontem (29), na Câmara de Municipal de Campo Grande, o secretário de Saúde Sandro Benites admitiu que a falta de médicos tem dificultado o atendimento, causando superlotação de pacientes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).