De Brasília
A Câmara dos Deputados informou ontem (3), em resposta a pedido de informação feito pelo MS em Brasília, que a Casa não oferece benefícios como carro oficial, motorista e segurança aos deputados, conforme noticiado por este site, na edição de quinta-feira (2).
O órgão especificou quais benefícios cada parlamentar tem direito: ajuda de custo, assistência à saúde, auxílio-moradia e apartamento funcional, cota para o exercício da atividade parlamentar, cotas gráficas, serviço de transporte rodoviário, verba de gabinete e viagens em missões oficiais, a serviço ou para treinamento.
Diante disso, a Casa confirma que ao menos dois deputados — Loester Trutis (PSL-MS) e Kim Kataguiri (DEM-SP) — mentem ao informar que “dispensaram” carro oficial, motorista e segurança — e que isso teria gerado economia de recursos públicos (ver reportagem).
A Câmara também respondeu a outro questionamento do site sobre informação divulgada por Trutis no Facebook de que, como presidente de frente parlamentar, tem direito a nomear três funcionários no cargo CNE (Cargo de Natureza Especial).
Na ocasião (ver reprodução abaixo), o peselista justificou que não quis nomear ninguém, optando pela contratação de consultoria. Trutis assinou contrato com dois advogados de Campo Grande, que consumiu mais de R$ 250 mil, ou 64% da verba da Câmara. O argumento, contudo, foi desmentido pela Casa.
“Quanto às frentes, por serem associações de parlamentares para o debate sobre determinados temas, não se caracterizam como órgãos administrativos ou legislativos e, portanto, seus membros não podem nomear servidores”, frisa a Câmara, em resposta encaminhada a este site.
Gastador
Loester Trutis é um dos que mais gastam verba da cota para atividade parlamentar. Dos 11 parlamentares do Estado em Brasília, ele é o quinto que mais consome recursos públicos. Em 2019, ele torrou R$ 1,43 milhão, quase o dobro do deputado Kim Kataguiri, cujas despesas somaram R$ 749 mil. Trutis se apresenta no Facebook como “defensor ferrenho do corte de privilégios para políticos”.