BRASÍLIA
Eleita em 2018 com o compromisso de defender bandeiras como Deus, pátria e família, adotadas pelo então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PL), a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) está cada dia mais empenhada em pautas da esquerda.
Thronicke faz questão de tornar pública sua mudança. Em publicação ontem (27) no Twitter, anunciou que ela e outros parlamentares se reuniram com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para denunciar crimes de misoginia contra “mulheres parlamentares”.
Entre os parlamentares de esquerda presentes à reunião, estavam as deputadas Duda Salabert (PDT-MG), mulher transexual, e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e o deputado Rogério Correia (PT-MG).
Os ataques misóginos, segundo Soraya, têm ocorrido durante reuniões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos de 8 de janeiro.
Integrante do colegiado, Thronicke compõe a tropa de choque do governo, articulando estratégias com senadores e deputados federais de esquerda para causar saia justa a convocados contrários à narrativa de tentativa de golpe.
“A CPMI se tornou um palco de horrores, com parlamentares que não honram o cargo com o decoro esperado. Como as provas dos crimes cometidos antes, durante e depois do 8/1 estão escancaradas, esse grupo de parlamentares tem partido para ataques pessoais e misóginos contra nós, as parlamentares mulheres”, escreve a senadora em sua conta pessoal no Twitter.
Segundo ela, são palavras de baixo calão, provocações, piadinhas, ameaças. “Tudo com intuito de nos desestabilizar. Mas eles não ficarão impunes! Hoje nos reunimos com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para tratar do crime de violência política de gênero que tem acontecido reiteradamente na CPMI”, continuou.
O vitimismo de Soraya Thronicke não encontra respaldo fora da CPMI. O colegiado tem regimento próprio, além de haver o regimento comum do Congresso Nacional com diversos artigos sobre atos que ferem o decoro parlamentar.
Ao concluir o tuíte, a senadora reitera o tom vitimista da postagem: “Homens que odeiam mulheres não irão nos silenciar!”.