CAMPO GRANDE
A marcha de crescimento da economia sul-mato-grossense mantém o ritmo dos últimos anos. Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma da riqueza produzida em 12 meses, atingiu R$ 142,2 bilhões, o que representou crescimento de 0,8% na comparação com o ano anterior.
Impulsionado por serviços e indústria, o Produto Interno Bruto teve aumento em 2021, a 7ª maior produção de riqueza por habitante no país
Desde 2015, o Estado vive um ciclo de bons resultados, com chegada dos investimentos privados, medidas de austeridade fiscal, como não gastar mais do que arrecada, e melhoria na capacidade de o Estado investir em programas sociais, na geração de postos de trabalho, em educação e saúde.
Some-se a isso a ousada política de atração de investimento do setor privado, cujo montante se aproxima de R$ 70 bilhões entre 2015 e 2023. Não por acaso, Mato Grosso do Sul está entre os dez Estados mais competitivos do país, segundo avaliações de consultorias nacionais e internacionais. A tendência é que o PIB de 2022 seja maior que o do anterior e assim, sucessivamente.
O valor do PIB em 2021 representa 1,6% da economia nacional e ocupa a 15ª posição entre as 27 unidades da federação. Já o PIB por habitante foi o sétimo maior entre os Estados. Cada morador de Mato Grosso do Sul produziu R$ 50.086,07 em bens e serviços naquele ano. Quanto maior o PIB per capita, maiores as chances de haver melhoria na qualidade de vida da população.
Esses dados constam do Relatório do PIB 2021 divulgado nessa sexta-feira (17) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, com base no levantamento do IBGE.
O setor de Serviços liderou o desempenho positivo no ano, com salto significativo de 7,64% em volume. O destaque ficou com as atividades de Serviços, com maior variação nos setores de Informação e comunicação (17,9%) de Transporte, armazenagem e correio (17%), Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares (14,8%), Artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços (13,7%) e Atividades como Alojamento e Alimentação (13,1%).
O PIB por habitante ficou em R$ 50.086,07, o sétimo maior entre os Estados. Isso mostra que a riqueza produzida no Estado começa a ser mais bem distribuída
A Indústria do Estado teve um acréscimo em volume de 0,96%, com ampliação das indústrias extrativas de 23,1%, também de 9,7% em construção e de 0,8% nas Indústrias de Transformação. No entanto, foi observada retração nas atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (-5,9%).
A quebra de safra acabou afetando a soma das riquezas no setor agropecuário, que recuou 17,31% na receita em 2021, sendo mais significativo na atividade de agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita com retração de 21,9%.
Na safra 2021/2022, Mato Grosso do Sul teve o menor volume colhido de soja dos últimos 5 anos, com produção de 8,6 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 34,6% na comparação com a safra anterior, que alcançou produção de 13,3 milhões de toneladas.
Na safra 2021/2022, Mato Grosso do Sul teve o menor volume colhido de soja dos últimos 5 anos
Para se ter uma ideia do efeito negativo da seca sobre a soja, no ciclo 2021-2022 as lavouras tiveram uma produtividade média de 42 sacas por hectare.
O milho teve consequências negativas também na produtividade somando pouco mais de 6,285 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 40,8% da previsão feita inicialmente no ano em questão.
O decréscimo também foi detectado nas atividades de Pecuária (-6%) e Produção florestal, pesca e aquicultura (-4,5%). Um dos motivos seria o clima adverso e as diversas intempéries climáticas no outono e o inverno de 2021 que afetou as diversas atividades agropecuárias do Estado nesse período.
O estudo de Contas Regionais ainda mostra que MS evoluiu também em participação das riquezas do Brasil. O Estado passou de um percentual de 1,22% em 2010 para 1,58% em 2021 no Produto Interno Bruto Nacional, classificando-se como a 15ª economia no ranking brasileiro e detentor de 7º maior PIB per capita entre as Unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal.
O estudo de Contas Regionais ainda mostra que MS evoluiu também em participação das riquezas do Brasil
Perdas
Segundo avaliação do titular da Semadesc, Jaime Verruck o Estado teve perda de riquezas por conta de um ano ruim na agropecuária uma das bases da economia, mas teve crescimento moderado nas demais atividades.
“O ano representou uma recuperação econômica após os desafios enfrentados pela pandemia de COVID-19 em 2020, com impactos positivos nos setores de Serviços e Indústria, impulsionando o PIB estadual, apesar da queda expressiva na Agropecuária. Para o futuro, a estimativa é otimista para a economia do Estado, alicerçada por investimentos substanciais previstos, que superam R$ 78 bilhões e a colaboração de diversos setores no crescimento econômico”, comenta Verruck.
“Para o futuro, a estimativa é otimista para a economia do Estado, alicerçada por investimentos substanciais previstos, que superam R$ 78 bilhões” — Jaime Verruck, secretário de Estado
A Região Centro Oeste teve PIB de R$ 932,1 bilhões para o ano de 2021, sendo que a economia de Mato Grosso do Sul contribuiu com 15,26%, contra 13,32% em 2010 na composição da riqueza regional. O cenário do MS também se assemelha a situação dos demais estados da região como o Mato Grosso onde o PIB avançou apenas 0,1% e Goiás 2,5% em 2021, também impactados pela diminuição na produção agropecuária.
Com informações da Secretaria-Executiva de Comunicação de MS