Nem nos seus melhores sonhos o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, esperava atingir nível tão alto de popularidade de um dia para o outro. Levantamentos feitos por empresas de consultorias indicam que o ex-deputado federal (DEM), nesse quesito, só fica atrás do seu colega da pasta de Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sérgio Moro.
Evidentemente que a reputação do ministro sul-mato-grossense pode ser passageira, os conhecidos “cinco minutos de fama”. Mas tempo suficiente para fazê-lo sonhar com o Parque dos Poderes e, em janeiro de 2023, receber a faixa de governador das mãos de Reinaldo Azambuja.
Não se pode negar que, ao dar de cara com a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), Mandetta se saiu muitíssimo bem. Parecia estar esperando o problema chegar ao Brasil para demonstrar o quão preparado estava.
Com o passar dos dias, algo estranho foi surgindo. O ministro não pareceria mais confortável ao defender suas convicções sobre saúde pública. Mudou de posição, abrandou o discurso e diminuiu o tom nas entrevistas. Para não nos meter em debates técnicos e científicos, em que nos faltariam subsídios, vamos nos fixar na questão política.
Mandetta viu-se transformar em candidato ao governo de Mato Grosso do Sul sem mencionar qualquer palavra em relação a 2022. Que não o culpem por ser, hoje, fortíssimo candidato à sucessão de Reinaldo Azambuja. Mas não há bobo na política.
Há muitas questões de bastidores que precisam ser externadas para que os sul-mato-grossenses não sejam usados politicamente. Uma delas é a relação entre Mandetta e o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, seu primo em primeiro grau, durante a efervescência da crise sobre a Covid-19. Trad vai disputar a reeleição e tomou medidas consideradas exageradas para, segundo ele, conter o avanço da doença na capital.
O prefeito tem travado briga com comerciantes e empresários, os quais estão sentindo os efeitos do isolamento social profundo imposto aos campo-grandenses. Tem aparecido em vídeos e fotos, de calção e camiseta, fazendo entrega de cestas básicas a famílias carentes.
Mandetta teria aconselhado o primo a manter os decretos sobre o Coronavírus e ainda deu lhe palanque. Usou o cargo e o vírus que afeta o país para, em rede nacional, elogiar e defender a postura política do seu primo, Marcos Trad. Tendência inaceitável por razões diversas.
Primeiro, porque fez campanha direta pela reeleição do parente; segundo porque utiliza a doença para manifestar preferência a um prefeito específico e cita justamente o primo; e terceiro, faz elogios a um político que atacou duramente o presidente Jair Bolsonaro, seu superior, para azeitar o discurso de reeleição.
Quer queira, quer não, Bolsonaro tem direito de tornar pública sua opinião sobre o quadro atual do país que comanda. Até onde se sabe não interferiu nas decisões do Ministério da Saúde.
Marcos Trad, de repente, passou a atacar o presidente. Chegou a sugerir que Bolsonaro mande a Casa da Moeda imprimir dinheiro para ser usado no combate ao coronavírus. “Ao invés dele (sic) mandar abrir as casas lotéricas, mandar abrir os shoppings, ele (Bolsonaro) mandasse dinheiro pra cá. É só mandar a Casa da Moeda fabricar dinheiro, moeda, papel. É só mandar fazer isso!” (ver vídeo, reproduzido diretamente da TV).
Quanto tempo Mandetta irá durar no cargo? É uma pergunta que começa a correr pelos corredores do Palácio do Planalto, cujo sucessor, o ex-ministro da Cidadania Osmar Terra, teria sido mandado se aquecer para entrar em campo. Não nos cabe entrar no mérito sobre quem está certo — entre os que defendem o isolamento total e isolamento parcial, ou vertical.
Cabe-nos apontar que o ministro da Saúde pode ter perdido o rumo ao começar a tratar o problema da Covid-19 como trampolim para alcançar postos políticos mais elevados para si e para os outros. Como garantir mais quatro anos de mandato ao prefeito Marcos Trad, irmão do senador Nelsinho Trad e do deputado federal Fábio Trad, todos primos de Mandetta.
“O demônio sempre se infiltra entre os políticos. Então, eles começam a brigar entre si. O poder se transforma em uma questão de orgulho. Não tem mais nada a ver com vivermos juntos e acabarmos com a guerra” (frase atribuída a Bob Marley).
O nosso atual prefeito..esta atropelando tudo ..para reeleição e contra. mão ..do nosso PRESIDENTE…Jair Messias Bolsonaro…simplesmente..usando a pandemia em exageros…e prejudicando os empresários e trabalhadores..