EMANUEL ALMEIDA, DE BRASÍLIA
Um dos possíveis presidenciáveis em 2026, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, declinou de participar do lançamento da pré-candidatura de Rose Modesto à Prefeitura de Campo Grande, ambos do União Brasil. O encontro ocorreu ontem (24) à noite, em uma grande casa de eventos na capital.
A presença de Caiado estava prevista, tanto que a própria Rose publicou convite em suas redes sociais (ver reprodução abaixo), em que destacou a participação de lideranças do União Brasil, como Ronaldo Caiado, o presidente Antonio Rueda e o ex-prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto.
Assessores da pré-campanha de Rose se limitaram a informar que “houve imprevisto na agenda de Caiado”.
Ocorre que, durante a semana, Caiado teria avaliado o fato de Rose Modesto ter feito parte do governo Lula. Na segunda-feira (20), o MS em Brasília procurou a assessoria de comunicação de Goiás. No dia seguinte, recebeu informação da Secretaria-Geral de Comunicação de que o pedido fora encaminhado ao gabinete do governador, ao qual caberia se posicionar, mas não houve resposta até essa sexta-feira (24).
Com a negativa, o MS em Brasília apurou que o afastamento de Caiado se deveu a vários fatores, como o apoio de Rose a pautas petistas, reforçada pela participação dela no governo Lula, como chefe da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste, cuja nomeação teria sido articulada por petistas, como o deputado federal Vander Loubet e o deputado estadual Zeca do PT.
Caiado também teria se mostrado preocupado com o fato de Rose Modesto não ter se manifestado contra as ofensas do presidente Lula aos produtores rurais brasileiros. Mato Grosso do Sul tem a economia baseada na agricultura e pecuária, o que imporia a qualquer pré-candidato se manifestar sobre ataques ao setor.
Bem na pesquisa
O declínio de Caiado de participar do lançamento da pré-candidatura de Rose faz sentido também porque há chances reais de ele disputar a Presidência em 2026. Levantamento do Paraná Pesquisas, divulgado sexta-feira (24), mostra o governador de Goiás bem-posicionado em um cenário com a participação de Lula, Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB) e Helder Barbalho (MDB). Caiado teria 10,9% das intenções de voto, atrás apenas de Ciro com 14,7% e Lula, 37,2%.
A avaliação é que, para se lançar pré-candidato com apoio dos bolsonaristas, Ronaldo Caiado teria que se manter distante do PT e aliados fiéis no Congresso. O governador goiano tem sido um dos principais críticos das gestões petistas — e que pegaria mal manifestar apoio a uma pré-candidata recém-saída do governo Lula, por exemplo.