BRUNNA SALVINO, DE CAMPO GRANDE
Apesar de haver conversas do PSDB com PL para indicação do pré-candidato a vice na chapa do deputado federal Beto Pereira à Prefeitura de Campo Grande, o MDB ainda não desistiu de pleitear a vaga para si.
Emedebistas argumentam que a desistência do ex-governador André Puccinelli de concorrer à prefeitura, cujo nome liderava a maioria das pesquisas de intenção de voto, causou impacto positivo à pré-candidatura de Beto Pereira.
Além de renunciar à disputa, o ex-governador e seu grupo anunciaram apoio aos tucanos, motivo que, segundo emedebistas, são mais que suficientes para ter lugar na composição da chapa.
Caso o MDB fique com a vaga, há boas chances de o partido indicar uma mulher. O grupo defende perfil jovem, com boa formação política e consciência social.
Caso o MDB fique com a vaga, há boas chances de o partido indicar uma mulher
Nesse caso, segundo apurações do MS em Brasília, o nome cotado seria o da líder sindical e social Thaísa Lucena, pré-candidata a vereadora. Ela deixou o PSB no início do ano e migrou para o MDB a convite do ex-senador Waldemir Moka e do deputado estadual Márcio Fernandes, com aval de André Puccinelli.
Thaísa Lucena, 35 anos, é natural de Naviraí e começou a participar de movimentos sociais aos 12 de idade, quando acompanhou a luta da mãe para conseguir lote da reforma agrária.
De lá para cá, segundo relatos obtidos pelo site, ela não deixou mais o trabalho social em defesa das minorias, ‘sem nunca ter se filiado ao PT’, conforme ressalvado por um emedebista.
Atualmente, é secretária-geral da Confederação Nacional da Agricultura Familiar em Brasília (Contag) e coordenadora da Marcha das Margaridas, tradicional movimento nacional de mulheres do campo pelas ruas da capital do país.
Desde 2016, Thaísa Lucena coordena cursos na periferia de Campo Grande, mantidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e pelos sindicatos dos trabalhadores rurais e assalariados na agricultura familiar.
O nome da emedebista também agrada aos tucanos, conforme ficou confirmado no lançamento da pré-candidatura de Beto Pereira a prefeito. O perfil de líder nata, jovem e mulher engajada com a área social é o que busca o PSDB.
Thaísa Lucena, 35 anos, é natural de Naviraí e começou a participar de movimentos sociais aos 12 de idade
Procurada pela reportagem, Thaísa desconversou, dizendo que, embora se sinta prestigiada pela lembrança do seu nome, tanto pelo MDB quanto pelo PSDB, não recebeu convite formal. “Por enquanto, não passam de especulações”, resumiu.
Nome do PL
Já no PL, a mais cotada ao cargo de vice do PSDB na capital é a coronel Neidy Centurião, ex-subcomandante da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul, conforme antecipado pelo MS em Brasília no início de junho (ver aqui).
Nesse caso, a militar trocaria o PSDB pelo PL apenas para sair candidata a vice, situação que incomoda ainda mais parte dos bolsonaristas pelo fato de ela mudar de partido apenas para se candidatar.
Não está descartada também a oferta de secretarias ao PL em troca da vice, que iria para o MDB em razão da união interna do partido, ao contrário da agremiação que abriga o ex-presidente Bolsonaro, que enfrenta crise sem precedentes.