CAMPO GRANDE
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, esteve quarta-feira (14) no Uruguai, onde acompanhou o embarque de minério de ferro, produzido em Corumbá pela subsidiária do grupo J&F Mineração, a LHG Mining.
De acordo com o governo, a hidrovia é importante eixo de exportação para Mato Grosso do Sul, estados e países vizinhos, “dando viabilidade ao transporte de minério de Corumbá para diferentes mercados, garantindo desenvolvimento e ligação entre o Estado e o Uruguai, que é a porta de saída desta rota sul-americana para o restante do mundo”.
Riedel e os secretários Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Desenvolvimento) conheceram o porto flutuante, onde é feita a transferência do minério de ferro, e a estrutura da embarcação, incluindo a casa de máquinas e sala de controle. Observaram ainda a operação de transbordo do navio para o porto e depois para a embarcação que leva o minério para a China e Europa.
A hidrovia é importante eixo de exportação para Mato Grosso do Sul
“Estamos na Zona Alpha, a 40 km de Montevidéu, onde está acontecendo o transbordo de minério de ferro que sai de Corumbá. O produto desce por barcaça até Nova Palmira, no Uruguai, depois é carregado num navio de 50 mil toneladas, que é transbordo para um maior ainda, de 200 mil toneladas”, descreve o governador.
Navegação
Riedel entende que a grande discussão é a navegabilidade do rio Paraguai, que vai permitir aumento das exportações de minério e de outros produtos, como a soja e o milho, por exemplo.
Segundo o governo, em março do ano passado, a LHG Mining inovou ao fazer a primeira operação de transbordo de minério de ferro para a China em um único navio, com capacidade para 175 mil toneladas, na zona de alto mar do porto Nueva Palmira.
As barcaças carregadas de minério de ferro saem mensalmente do porto Gregório Curvo, em Corumbá, seguindo então pela hidrovia Paraguai-Paraná até o Uruguai. Dali o produto é exportado em um único navio.
“Viemos conferir essa operação, discutir com as autoridades uruguaias toda a ação que teve um grande envolvimento. Agradeço ao governo uruguaio por ter permitido essa operação, inédita no país. Vejo com bons olhos a construção dessa navegabilidade o ano inteiro, envolvendo Mato Grosso do Sul, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. É um acesso fantástico para o crescimento e desenvolvimento”, comenta o governador.
“Vejo com bons olhos a construção dessa navegabilidade o ano inteiro, envolvendo Mato Grosso do Sul, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai” — Governador Eduardo Riedel
Além da comitiva sul-mato-grossense, o secretário nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério dos Portos e Aeroportos, Dino Batista e o diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Eduardo Nery, acompanharam o trabalho de embarque no Uruguai.
Logística
Jaime Verruck explica que a grande discussão é a logística, como retirar o minério de maneira competitiva para atingir os mercados internacionais, especialmente a Europa e a China, que são os grandes destinos. Diz que houve mais de R$ 5 bilhões de investimentos nos últimos três anos na área da mineração, em Corumbá e Ladário, o que, segundo o secretário, triplicou a produção.
“Importante estarmos aqui inclusive com agentes do Governo federal, a Antaq e a Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação, que tem todo um planejamento”, disse Verruck.
A produção consolidada do minério de ferro e manganês passou de 4,5 milhões de toneladas para 8 milhões em 2024. O Governo de Mato Grosso do Sul quer dar competitividade para a hidrovia Paraguai-Paraná, que pode operar com grãos e minério, além da função social que ela representa no Pantanal, como o transporte de ribeirinhos.
“A hidrovia é o modal mais barato em comparação com os demais meios. A operação pode potencializar a competividade do Mercosul e gerar um processo de integração que interessa a todos, favorece toda a América do Sul”, acrescenta Verruck.
“A hidrovia é o modal mais barato em comparação com os demais meios” — Secretário Jaime Verruck
Desafios
O secretário Rodrigo Perez considera o trabalho de aproximação do Estado com outros países, como o Uruguai, decisivo e fundamental ao processo de industrialização de Mato Grosso do Sul. “Temos que avançar nessas questões porque estamos crescendo de forma consistente e o transporte sempre foi um dos desafios não apenas do Brasil, como do mundo todo”, destacou.
Dino Batista declarou que a Hidrovia do Paraguai é a mais nova fronteira econômica do Brasil. “Essa operação hoje representa a vontade e luta muita grande para trazer algo fundamental, que é a inovação. Pensar maneiras diferentes de fazer as coisas, em soluções, mostra a criatividade que a iniciativa privada sempre traz nas operações, não só portuárias, mas de navegação”, comentou.
“Temos que avançar nessas questões porque estamos crescendo de forma consistente“ — Secretário de Gestão Estratégica de MS, Rodrigo Perez
O fluxo logístico da mineração envolve duas minas em Corumbá, transporte de caminhão e trem por 12km até Porto Gregório Curvo, no rio Paraguai. O material – 4 milhões de toneladas – é levado por 400 barcaças por 2,5 mil km até o Uruguai, em uma viagem que dura aproximadamente 32 dias, e chega até Porto Nova Palmira, onde está instalado o porto flutuante.
O processo também expandiu as vagas de emprego diretos, passando de 790 para 2.520 no Brasil, de 120 para 319 no Paraguai, e com a criação de 218 frentes no Uruguai. Desde a saída de Corumbá até a chegada aos mercados mundiais, o transporte demora em média 80 dias para a China e 50 dias para a Europa.
“Tivemos oportunidade de conhecer uma operação que é realizada em águas marítimas, na costa do Uruguai, em que embarcações transportando minério de ferro, navios de 45 mil toneladas, e são carregados em embarcações maiores de até 180 mil toneladas”, conclui Eduardo Nery.
Com informações da Secretaria-Executiva de Comunicação de MS