POR ANTONIO CARLOS TEIXEIRA (*)
Só foi o Santos mudar seu conceito na contratação de técnicos para o clube jogar o pior futebol da história, de 2021 pra cá, justo o time de Pelé e de outros craques que ajudaram o Brasil a ficar conhecido como o “país do futebol”.
Se a meta era essa — de expor o clube para o mundo — o destrutivo presidente Andrés Rueda (2021-2023) conseguiu. Na gestão dele, o Santos teve os piores treinadores desde 1912, os quais privilegiam a defesa, atacando de forma ocasional, ou, como se diz, “jogando por uma bola”. No time mais artilheiro da história, não há lugar para esses perfis.
Alguns nomes especulados para o lugar de Fábio Carille (que não pode continuar para 2025) causam calafrios. Antes, falemos de Jorge Sampaoli, que estaria “apalavrado” para a próxima temporada, o que duvido.
O argentino foi trazido ao Brasil no final de 2018 pelo então presidente José Carlos Peres — perseguido pelo grupo de Rueda e outros porque não aceitou manter o clube como um dos principais balcões de empregos da cidade.
A maioria da torcida quer Sampaoli de volta. Com ele, o torcedor teve momentos de felicidade. O clube foi vice-campeão brasileiro e da Libertadores, praticamente com a mesma equipe montada pelo argentino. Foram feitas trocas pontuais.
O argentino foi trazido ao Brasil no final de 2018 pelo então presidente José Carlos Peres
Se não houver acerto com Sampaoli, tem de buscar opções semelhantes, como o português Luís Castro, ex-Botafogo. Quando o trabalho dele era pouco visto, destacávamos o futebol vistoso jogado pelo time dele.
Castro saiu para o mundo árabe, mas deixou sua filosofia de jogo marcada no clube, tanto que o time carioca sempre buscou treinador com o mesmo perfil de trabalho. E hoje eles brigam pelo Brasileiro e Libertadores.
“Ah, mas é treinador caro”. Ora, caro mesmo é contratar uma dúzia de técnicos medíocres e torrar dinheiro com multas porque, raramente, eles dão certo. A economia que o Santos fará ao contratar Luís Castro, por exemplo, compensa o alto salário que seria pago a ele e a sua comissão técnica. Sabe garimpar jogadores de qualidade, especialmente em Portugal.
Cuca seria outro bom nome, desde que esteja disposto a cumprir contrato. Parece viver em constante luta contra si mesmo. Alex Stival não conversa com Cuca. Toma decisões apressadas, sem medir as consequências. Deixa os trabalhos pela metade, gerando contratempos aos clubes que o contratam. Contudo, é o que mais se aproxima dos trabalhos feitos por Sampaoli e Luís Castro, por exemplo.
Castro saiu para o mundo árabe, mas deixou sua filosofia de jogo marcada no Botafogo
Outro bom nome é do português Pedro Caixinha, demitido do Red Bull Bragantino. Suas equipes são equilibradas. Mais: valoriza jogadores jovens, oriundos da base. Está sem clube neste momento, o que permite ao Santos dar início às negociações com ele.
António Oliveira, ex-Cuiabá, também estaria na lista. No final de 2023, incluí Oliveira entre os nomes para 2024. Naquele momento, era sensação porque manteve o Cuiabá mais um ano na elite e, de quebra, garantiu vaga na Sul-Americana.
Ele não havia sido testado em um grande clube, o que ocorreu ao ser contratado pelo Corinthians em 2024 para o lugar de Mano Menezes. O português não resistiu. E olhe que o SCCP sempre se deu bem com treinadores pragmáticos, como Tite, o próprio Mano e Carille.
Cuca seria outro bom nome, desde que esteja disposto a cumprir contrato
Oliveira seria a continuidade de Fábio Carille. Estaríamos repetindo Paulo Turra, Aguirre, Odair Hellmann e o próprio Marcelo Fernandes, que precisava vencer apenas uma em quatro partidas em 2023 para livrar o Santos da Série B. E, claro, não conseguiu.
Surge ainda o nome do argentino Mariano Soso, que teria sido sugerido por Sampaoli. O Santos não pode fazer apostas, muito menos ter Eduardo Baptista em uma possível lista para 2025. Seria chegar na elite dizendo para a B “logo estou de volta”.
Oliveira seria a continuidade de Carille. Estaríamos repetindo Paulo Turra, Aguirre, Odair Hellmann e o próprio Marcelo Fernandes
O ano de 2024 começou bem parecido com o de 2023. A diferença é que, no ano anterior, estávamos na Série A e neste ano na Série B, onde a competitividade cai à metade, graças às ‘dez pragas do Egito em Santos’, o destrutivo Andrés Rueda.
Há que se ter, contudo, esperança nas pessoas porque são elas que podem mudar ou transformar as coisas mundanas, sobre as quais Deus não interfere nem dá palpite. Livremo-nos, pois, de tudo o que nos atrapalha.
Amém!
(*) Torcedor do Santos, jornalista, assessor na Receita Federal, pós-graduado em Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e especializando-se em Criptoativos – Rastreamento, Ilícitos Criminais e Tributários (RFB).