POR ANTONIO CARLOS TEIXEIRA (*)
O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, afirmou nessa sexta-feira (6) ao site Globo Esporte que o substituto de Fábio Carille está contratado. O treinador estaria empregado e, com isso, é preciso aguardar o final do vínculo com outro clube para ser anunciado oficialmente.
A postura é correta, até porque preserva o profissional e o clube que ainda tem contrato com ele. Mais do que isso, mostra ao mercado que o Santos respeita contratos, bem diferente do que ocorreu no fim do ano passado, na negociação de Carille.
Em relação a reforços, os nomes especulados até o momento têm a cara do gerente de futebol, Alexandre Gallo. Foram mencionados os volantes Julián Fernández, do Sport, e Raul, do RB Bragantino. O presidente Marcelo Teixeira descarta esses nomes, o que é uma boa notícia.
Santos não pode seguir com o mesmo nível de contratações da gestão de Andrés Rueda, cujo mandato colecionou os piores desempenhos do clube em toda sua história.
Santos não pode seguir com o mesmo nível de contratações da gestão de Andrés Rueda
No clube, chegaram os piores jogadores, a maioria por valores acima da realidade, além de salários irreais. Santos virou acostamento de buchas do futebol, tanto de técnicos quanto de atletas de nível baixíssimo, além de outros lesionados ou em final de carreira.
Ao que consta, o presidente Marcelo Teixeira quer evitar a repetição de tantas contratações inúteis e financeiramente danosas. Sabe-se lá o que as motivou nos três anos de Rueda. De duas, uma: má-fé ou incompetência. Seja qual for a motivação, ela é grave.
Cabe ao presidente atual — que parece disposto a se posicionar em um nível maior como gestor no futebol — seguir as orientações do departamento de futebol, mas com “um olho no peixe e outro no gato”. Não dá para aceitar tudo o que Gallo e Paulo Bracks indicam. Eles não têm histórico de bons trabalhos, com todo respeito a esses profissionais.
Ao que consta, o presidente Marcelo Teixeira quer evitar a repetição de tantas contratações inúteis e financeiramente danosas
Os reforços para 2025 têm que começar pelo lateral Danilo, da Juventus. Em janeiro, ele já pode assinar pré-contrato. Se houver bom diálogo com o time italiano, o selecionável pode ser liberado em janeiro mesmo. Vale o investimento em salário e luvas, se for o caso.
Outro nome que chegaria aqui e vestiria a camisa de titular é o colombiano Yerry Mina, do Cagliari. O contrato do zagueiro também vai até junho de 2025. É caso de assumir o salário solicitado pelo fato de ele vir, digamos, sem custo.
Caso não seja possível, o Santos deveria ir atrás do zagueiro David Luiz, do Flamengo. Além de se cuidar fisicamente, é conhecido por agregar ao grupo do qual participa. Chegaria e elevaria o nível do nosso sistema defensivo, ainda mais se tiver a companhia de Danilo na lateral, de Luan Peres pela esquerda, até mesmo do menino Jair e do experiente Gil.
Outro nome que chegaria aqui e vestiria a camisa de titular é o colombiano Yerry Mina, do Cagliari
Danilo, aliás, joga em várias posições, como meia e zagueiro. Em 2011, ele fez o primeiro gol contra o Cerro Portenho, no Paraguai, jogando de volante. Chutaço do “meio da rua”, como diria os narradores de antigamente. A vitória ali foi fundamental para a classificação do Santos na primeira fase da Libertadores daquele ano, quando nos sagramos tricampeões.
No meio de campo, temos que buscar volante para disputar a posição tanto com João Schimdt quanto com Pituca. Tentaria trazer Gabriel Menino, do Palmeiras, ou Denilson, do Cuiabá.
Vamos precisar também de um meia de qualidade, organizador de jogadas. O colombiano Juanfer Quintero seria ideal. Há também dois jovens brasileiros que chamam a atenção: Matheuzinho, do Vitória, e Lucas Ronier, do Coritiba.
São caros, mas poderia negociar a vinda de um deles com parte dos direitos presa ao Santos e outra parte como vitrine. É preciso, contudo, amarrar o contrato para que eventual saída só ocorra ao final da temporada de 2025.
O colombiano Quintero seria ideal. Há também dois jovens brasileiros que chamam a atenção: Matheuzinho, do Vitória, e Lucas Ronier, do Coritiba
Para o ataque, buscaria Marquinhos, do Arsenal, que esteve emprestado ao Fluminense. Teve bom começo, mas caiu de produção assim como o time carioca inteiro. O menino tem apenas 21 anos. Também tentaria a contratação do atacante Rony, do Palmeiras. Jogador que chegaria ao Santos e ia encher a burra de tantos gols.
Com a reintegração de Soteldo, o ataque estaria pronto: Marquinhos, Rony e Soteldo. Trio de respeito. Não tenho dúvida de que estaria entre os melhores do país. Lucas Barbosa também seria opção. Jogador raro: bom chute, bom passe, cabeceio e físico privilegiado para o jogo aéreo.
Há ainda a possibilidade de negociar o lateral João Lucas, que fez campeonato muito bom pelo Juventude. O Internacional tem interesse no jogador. Daria negócio pelo atacante Wanderson, bem superior a todos os atacantes do Santos na Série B.
Com a reintegração de Soteldo, o ataque estaria pronto: Marquinhos, Rony e Soteldo
Como tenho dito, há ótimas opções para a formação de time forte e elenco qualificado. É preciso, contudo, honestidade de propósito, o que vi em Marcelo Teixeira.
Com essa qualidade, o restante fica mais fácil. E as coisas caminham bem, fazendo desaparecer motivações indesejadas que moveram as contratações do Santos com Rueda: má-fé ou incompetência.
(*) Sócio do Santos, jornalista, assessor na Receita Federal, pós-graduado em Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro pela Universidade Católica de Brasília (UCB); especializando-se em Criptoativos – Rastreamento, Ilícitos Criminais e Tributários (RFB).
Twitter: @actbrasilia