De Brasília
Mato Grosso do Sul deverá registrar maior crescimento da economia no próximo ano, apesar do estrago causado pela Covid-19. É o que revela levantamento da Tendências Consultoria Integrada. Segundo o estudo, Mato Grosso do Sul vai estar entre os cinco estados brasileiros a encerrar o próximo ano com crescimento no Produto Interno Bruto (PIB), em relação a 2019.
Enquanto 21 estados e o Distrito Federal podem fechar 2021 com queda, Mato Grosso do Sul deverá registrar crescimento de 2,7% em relação ao PIB do ano passado. Os outros estados com estimativa de crescimento são Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás. O Produto Interno Bruto é a soma de todas as riquezas geradas por um país.
Para o governador Reinaldo Azambuja, o papel do poder público deve continuar sendo o de permitir uma retomada segura da economia. “Todo mundo teve prejuízos por causa da pandemia, da dona de casa aos governos, e quem respondeu melhor à pandemia foi o agronegócio que, em Mato Grosso do Sul, tem um papel essencial. Mais uma vez, os produtores brasileiros mostraram que, da porteira para dentro, eles dão show”, destacou.
Azambuja reforça o fato de, apesar da pandemia, o Estado não ter paralisado nenhuma atividade. “Mas criamos protocolos e medidas de segurança para o trabalhador, trabalhadora e criamos o Comitê Gestor do Plano de Retomada Pós-Crise para apoiar iniciativas que contribuam para a retomada segura das atividades econômicas. Queremos estimular o mercado, mesmo que o retorno a essa nova normalidade seja diferente. É com responsabilidade, que vamos superar essa crise”, disse.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o desempenho de Mato Grosso do Sul é explicado em parte pela agroindústria, em especial a de papel e celulose. “Com localização privilegiada, próxima de São Paulo, a indústria de celulose do Estado deve ser favorecida pela expectativa de ampliação da demanda asiática por papel tissue, pela tendência estrutural de substituição do plástico por produtos de papel e pelo câmbio brasileiro desvalorizado”, explica o economista da Tendências Lucas Assis.
Não é a toa que o Governo de Mato Grosso do Sul não tem medido esforços em promover a integração logística para facilitar o escoamento da produção. Na última semana, o governador Reinaldo Azambuja assinou um acordo com o colega Carlos Roberto Massa Ratinho Junior, do Paraná, para viabilizar a construção de um corredor ferroviário de exportação com 1.370 quilômetros, ligando regiões produtoras de Mato Grosso do Sul ao porto de Paranaguá.
Isso, sem falar da Rota Bioceânica, projeto encabeçado por Mato Grosso do Sul que irá reduzir em 14 dias a distância e o custo do transportes dos produtos da América do Sul ao continente asiático – que é o maior consumidor do Estado.
Empregos
O crescimento do PIB não é apenas uma projeção. Mato Grosso do Sul já tem respondido melhor à crise e obtido os melhores resultados do país em vários segmentos. Na geração de empregos com carteira assinada, por exemplo, obteve o terceiro melhor desempenho do país no acumulado de janeiro a julho de 2020.
De acordo com o novo Cadastro de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério da Economia, entre janeiro e julho o estado registrou 118.148 admissões, o que resultou em um saldo de 1.561 novos postos de trabalho, atrás apenas de Maranhão e Mato Grosso.