De Brasília
Loester Carlos Gomes de Souza virou deputado federal da noite para o dia. Foi levado para Brasília pela maior onda eleitoral da história do país, a de Jair Bolsonaro. Ganhou o prêmio da vida.
Ao assumir o mandato, escorou-se sobre a imunidade parlamentar, segundo a qual “deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.
Essa imunidade alcança qualquer tipo de manifestação do pensamento no exercício da função, dentro ou fora do Congresso. Não protege, contudo, a mentira, hábito em que o deputado se especializou nesse pouco tempo de mandato.
Achou-se sobre-humano, sobrenatural, ser dotado de superpoderes, os quais não poderiam ser alcançados nem subjugados. Reinaria para sempre em um mundo de idiotas em que o esperto era ele, só ele.
Nesse mundo à parte, criou seu primeiro inimigo, a imprensa de Mato Grosso do Sul. Depois mais inimigos em profusão, até todos se consolidarem naquilo que passou a chamar de “sistema”, expressão que usa sempre quando se sente acuado por denúncia.
Antes da Operação Tracker, o “sistema”, para Trutis, eram juízes eleitorais, deputados estaduais, mídia e Governo do Estado. Depois de ontem, passou a considerar parte do “sistema” a própria PF, Procuradoria-Geral da República e Supremo Tribunal Federal.
Mais adiante, deverão compor o “sistema” órgãos que irão julgá-lo, como o Conselho de Ética e o plenário da Câmara dos Deputados. O parlamentar não deve escapar de um processo de cassação do mandato por quebra de decoro.
Em menos de dois anos, Trutis construiu um castelo de farsas e mentiras. Mentiu sobre economia da verba para a atividade parlamentar, sobre liberação de recursos do Orçamento da União e sobre a qualificação de seus assessores. Pagou, por mais de ano, R$ 32 mil por mês a um escritório de advocacia de Campo Grande como “consultoria legislativa”.
Passou a namorar assessora do seu gabinete, a quem deu emprego, salário de R$ 14 mil e, mais tarde, casa em Campo Grande, para onde ela se mudou a fim de se candidatar a vereadora, o que acabou não ocorrendo. A quem pagou várias viagens de avião entre Campo Grande e Brasília com recursos públicos.
Em outubro de 2019 traiu Bolsonaro, aliando-se ao grupo do deputado Luciano Bivar (PE), presidente nacional do PSL. Passou rasteira em companheiros de partido para as eleições em Campo Grande – o deputado estadual Capitão Contar e o vereador Vinicius Siqueira, que conseguiu ser candidato por decisão da justiça.
Para completar com “brilho” o mandato que ganhou de presente, forjou atentado contra si — na companhia do assessor Ciro Fidélis, candidato a vereador — farsa desmontada após oito meses de investigação séria, isenta e competente da PF, cuja riqueza do trabalho deve encher de orgulho a instituição, criada há 76 anos.
Ao jogar luz sobre as ações do deputado peselista, Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e Supremo Tribunal Federal desnudaram a índole de um dos piores políticos da história de Mato Grosso do Sul.
Esse deputado Trutis, tem cara de maloqueiro, bandido, não entendo como foi eleito aqui em Campo Grande MS, tem o ditado tudo que vem de forma fácil, também vai embora bem facilmente, uma pessoa que só deu despesas para União, deve ser muito fraco como deputado federal.