De Brasília
A juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal e da Infância e da Juventude em Unaí, interior de Minas Gerais, desafiou autoridades do judiciário brasileiro a intimarem o desembargador Carlos Eduardo Contar, que tomou posse no último sábado como presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS).
No discurso de posse, Contar chamou os defensores do “fique em casa” de “irresponsáveis” e “picaretas de ocasião” e que o “lockdown é histeria coletiva”.
“Será que o desembargador que tomou posse como Presidente do TJ-MS também será intimado para prestar informações por ter chamado o cara do fique em casa de “irresponsável” e “picareta de ocasião”, e o lockdown de “histeria coletiva”?”, indagou.
A juíza ficou conhecida por defender nas redes sociais aglomerações durante o Ano Novo, dando “passo a passo” para andar sem máscara no shopping. Por essas “orientações”, a magistrada foi denunciada ao Conselho Nacional de Justiça.
Ludmila divulgou trecho do vídeo em que o desembargador crítica os defensores de restrições mais rígidas para o enfretamento da Covid-19.
“Voltemos nossas forças ao retorno ao trabalho. Deixemos de viver conduzidos como rebanhos para o matadouro daqueles que veneram a morte, que propagandeiam o quanto pior, melhor. Desprezemos, pois, o irresponsável, o covarde, o picareta de ocasião, que afirme ‘fique em casa’, não procure socorro médico com sintomas leves, não sobrecarregue o sistema de saúde. É, paciência, senhores. Os tempos realmente são estranhos”, afirmou o desembargador.