CAMPO GRANDE
Após adotar medidas de restrição para abertura do comércio durante a pandemia e fechar as principais ruas da cidade para obras, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), reajustou em 10,05% o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para 2022. A medida consta de decreto publicado quinta-feira (4), no Diário Oficial do município.
Segundo o município, o reajuste é baseado na variação acumulada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), entre os meses de outubro de 2020 e setembro de 2021.
O decreto reitera que os valores do IPTU que serão cobrados dos contribuintes serão baseados no Manual de Avaliação, Manual de Cadastro Técnico, Tabela de Valores Unitários por Metro Quadrado de Edificação e Planta de Valores Genéricos.
O reajuste a ser aplicado nos carnês em 2022 é o maior dos últimos sete anos e quatro vezes maior que o de 2021, de 2,65%. Em 2016, o aumento chegou a 9,57% e caiu para 8,78% no ano seguinte. De 2018 em diante, não passou de 3,22%.
O reajuste a ser aplicado nos carnês em 2022 é o maior dos últimos sete anos.
Além de causar impacto no valor do imposto dos moradores, o aumento chegará em um dos piores momentos do comércio da capital. Os comerciantes da região central, principalmente, vêm sofrendo prejuízos sistemáticos nos últimos três anos.
O martírio começou com as obras do Reviva Centro, as quais levaram um ano e meio para ser concluídas. Após a inauguração, em novembro de 2019, veio a pandemia e, em seguida, o fechamento das principais ruas de Campo Grande para obras de recuperação asfáltica.
“Momento é de recuperação econômica do país, do Estado e do município” (Luiz Ovando)
Para o deputado federal dr. Luiz Ovando (PSL), o reajuste anunciado no IPTU dos campo-grandenses vai na contramão das medidas adotadas, por exemplo, pelos Governos federal e estadual. “O comércio não suporta mais tanto peso nas suas costas. O momento é de recuperação econômica do país, do Estado e do município”, pondera Ovando.
“O aumento é totalmente incoerente com a realidade da população que ainda sofre com os impactos econômicos do enfrentamento da pandemia e está tentando retomar a normalidade”, afirma o deputado estadual Capitão Contar (PSL).
Contar explica que as restrições de funcionamento do comércio e de várias atividades econômicas afetaram empregos e negócios. “Um aumento de mais de 10% no IPTU com certeza vai afetar ainda mais essas famílias que nem sempre têm o retorno devido”, diz.
Com informações do G1/MS