CAMPO GRANDE
Parte das agendas entregues a alunos da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande veio com erro grave de impressão. Ao invés de o material conter o Hino de Mato Grosso do Sul, como está no título, a letra reproduz o de Mato Grosso. A informação é do site de notícias Campo Grande News.
Foi recorrente o desleixo da gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) em Campo Grande. Ele deixou o cargo em 1º de abril para disputar o Governo do Estado. Ocupou-se, nos últimos cinco anos, em começar obras e não terminá-las. A cidade sofre com ruas interditadas e outras intransitáveis desde a posse dele, em janeiro de 2017.
Trad optou por administrar com viés populista, prática em que as aparências valem mais que ações concretas. Ao invés de editar medidas de austeridade fiscal para reduzir e cortar gastos, o prefeito preferiu se vestir de político “boa-praça”, “amigos das pessoas”, de sorriso largo, que abraça idosos e crianças, além de dançar no meio da rua em eventos públicos. Mais do que os buracos das obras e das chuvas, o populismo engoliu Campo Grande.
Nesses cinco anos, a gestão populista de Trad endividou o município com empréstimos de R$ 700 milhões. Aplicou 100% dessa montanha de dinheiro em obras, como recapeamento e tapa-buracos, serviços por onde escorrem centenas de milhões em recursos públicos. Pouco ou quase nada dessa fortuna foi gasta nos bairros.
Gestão populista de Trad endividou o município com empréstimos de R$ 700 milhões
Nesse tempo, as finanças de Campo Grande não saíram do vermelho. O município se manteve entre as piores capitais, com a situação fiscal reprovada pelo Tesouro Nacional ano após ano.
A cidade, que tinha a obrigação de reduzir os gastos com pessoal, acabou elevando essas mesmas despesas, grande parte com funcionários nomeados politicamente. Marquinhos tem um batalhão de comissionados dentro da prefeitura. O limite com a folha de pessoal estourou em 2022, ultrapassando a 60% da receita corrente líquida.
Mais: é a única gestão entre as capitais que está prestes a gastar mais do que arrecada, o que pode levar a prefeita Adriane Lopes (Patriota) a decretar insolvência financeira. O Tesouro tem feito alertas desde 2017, conforme vem sendo publicado pelo MS em Brasília desde sua criação, em maio de 2019.
Mais do que os buracos das obras e das chuvas, o populismo engoliu Campo Grande.
Vídeo
O influenciador digital dos bairros Bruno Ortiz Barbosa, morador do Jardim Leblon, em Campo Grande, considera imperdoável a impressão do material com erro. “Como manda imprimir uma agenda com erro. Não existe revisão do material antes de ser impresso, procedimento fundamental em se tratando de grande quantidade?”, indaga.
Bruno Barbosa divulgou vídeo (ver abaixo) em suas redes sociais em que responsabiliza a prefeitura por mais esse desperdício de dinheiro público. A impressão de agendas com erro irá gerar mais custo aos cofres do município e espera-se que os responsáveis sejam responsabilizados.