CAMPO GRANDE
Único dos cinco pré-candidatos ao Governo do Estado que nunca disputou eleição, o ex-secretário de Infraestrutura Eduardo Riedel (PSDB) tem se reunido diariamente com grupos de até 500 pessoas para levar suas ideias sobre um novo modelo de gestão para Mato Grosso do Sul.
Durante mais de sete anos, Riedel foi um dos principais nomes na meteórica transformação socioeconômica pela qual passou Mato Grosso do Sul, deixando para trás a imagem de Estado “coitadinho” para se inserir entre os mercados mais competitivos do país, medindo forças com potências econômicas como São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Em entrevista ontem (27) à Rádio Blink, em Campo Grande, Riedel destacou os motivos que o levaram a se candidatar ao Governo do Estado. Segundo ele, a decisão foi fruto de sua história de vida e de um longo trabalho de gestão na iniciativa privada e na vida pública.
“Não sou um político de carteirinha, com nome e sobrenome. Não é meu perfil. Represento um novo modelo de trabalho. Sou empresário e produtor rural. Dediquei meu tempo a minha formação e aos negócios da família e também trabalhando pelo coletivo em instituições”, descreve o pré-candidato, que prega gestão de resultados, sem medidas populistas e inúteis que, segundo ele, só atrapalham a vida das pessoas.
“Não sou um político de carteirinha. Represento um novo modelo de trabalho” — Eduardo Riedel, pré-candidato ao governo
Riedel anunciou, na entrevista, alguns projetos para governar Mato Grosso do Sul, como a geração de empregos e a qualificação profissional. Segundo ele, Mato Grosso do Sul tem hoje cerca de 20 mil vagas de empregos abertas devido ao bom ambiente de negócios e de atração de empresas e indústrias. No entanto, os empresários dizem que não conseguem ocupar estas vagas.
“Por que isso ocorre? Quando olhamos o perfil destas famílias que hoje dependem de ajuda do Governo e cujos membros, muitas vezes, estão desempregados, vemos que o erro ocorreu lá atrás, no processo histórico, de formação e qualificação profissional de toda uma geração. Não tem outro caminho: educação, capacitação, qualificação dos sul-mato-grossenses, especialmente dos jovens”, reforçou.
O pré-candidato disse que é preciso massificar esse processo para que as oportunidades que dão dignidade e renda sejam aproveitadas. “Esse é o grande desafio e temos condições de enfrentá-lo. Apesar de MS ter a terceira menor taxa de desemprego do país, muita gente está desempregada por falta de qualificação. Vamos buscar alternativas para essas pessoas”, assegurou.
“Não tem outro caminho: educação, capacitação e qualificação, especialmente dos jovens”
Saúde municipalista
Ao tratar sobre “municipalismo”, o ex-secretário explicou que Mato Grosso do Sul procurou aplicar, na prática, esse conceito de gestão. “Há 45 anos todos falam disso. Mas nos últimos sete anos nós colocamos este conceito em prática no MS. Municipalismo é definir prioridades para cada município e aplicar investimentos para que estas prioridades sejam atendidas. Isso destrava os gargalos dos municípios. Nosso plano de governo é individualizado para cada município, pois sabemos as angústias de cada um deles. Sabemos a demanda de cada um”.
Riedel disse que o governo de Reinaldo assumiu o Estado com 500 mil pessoas na fila de procedimentos em saúde e que a Caravana da Saúde foi fundamental para resolver grande parte dos casos.
“Depois tivemos a pandemia, que comprometeu o sistema de saúde, mas que foi enfrentada com investimentos sólidos. Na semana passada vimos a inauguração do Hospital Regional de três Lagoas. O de Dourados está em andamento e o de Ponta Porã já está funcionando. Isso fez com que o atendimento de pacientes do interior em Campo Grande caísse de 45% para 9%”.