POR FAYEZ JOSÉ RIZK (*)
Já que a novela Pantanal está colocando expressões regionais de Mato Grosso do Sul em evidência, está na hora de se dizer a realidade sobre outra “novela”, a do transporte coletivo por ônibus em Campo Grande.
É a política “cerca toco”, isto é, “arrodeia, arrodeia”, mas não chega no principal.
Agora novamente discute-se a tarifa e como sempre, o aumento dela. E de “arredor”, a legalidade da concessão ao consórcio de empresas de ônibus.
Essas questões são importantes, porém, não são o cerne do problema! O xis da questão é: todo sistema de transporte coletivo está mal planejado, ultrapassado e, como já disse de outras vezes e repito, falido!
Impressionante a ignorância – e não há outro termo – da administração pública, sobre o que é Mobilidade Urbana, em uma cidade que é uma das maiores do país em termos de área urbana, com grandes vazios e um desordenamento de uso e ocupação do solo urbano!
Podem aumentar a tarifa, podem colocar outras empresas para operar, que o problema vai continuar e aumentar! Repito: é o sistema que está errado.
Assim como um médico faz uma anamnese, isto é, busca o histórico da doença, assim deveria ser feito com esse sistema. Ironicamente, há técnicos capacitados em Campo Grande que sabem muito sobre isso, mas…
E dê-lhe reuniões de “especialistas em nada” para resolver nada, mas com aquela foto para divulgação na imprensa.
E o povo? Que continue pagando caro, andando com lerdeza nos ônibus velhos, sujos e calorentos…
(*) É arquiteto e urbanista em Campo Grande