BRASÍLIA
Em atitude visionária, o senador Nelsinho Trad (PSD) foi autor de alerta sobre a necessidade de aumentar a proteção às mulheres vítimas de estupro e de outros crimes sexuais.
Os comentários foram feitos em 11 de julho, em sua conta no Twitter, quando o parlamentar se posicionava sobre o estupro de uma paciente por um médico anestesista.
O que o senador não sabia é que, uma semana depois, em 20 de julho, o irmão Marquinhos Trad (PSD), ex-prefeito de Campo Grande, seria alvo de denúncia por assédio sexual por quatro mulheres.
A denúncia foi publicada pelo site Metrópoles, de Brasília. De lá para cá, o número de mulheres que acusam o pré-candidato por crime sexual aumentou para 13.
Nas postagens, o senador Nelsinho defendeu maior proteção às mulheres vítimas de estupros e de outros crimes sexuais que, segundo ele, “rebaixa as mulheres a objetos”.
“A cena de um criminoso estuprando uma grávida durante o momento do parto é inacreditável! Retrata também o machismo estrutural que se apropria dos corpos das mulheres e as rebaixa a objetos”, escreveu.
Em uma segunda postagem, afirmou que repudiava o que ele considera “absurdo”, exigiu punição rigorosa pelas autoridades competentes e que seguia “unido aos esforços por mais proteção às mulheres”.
Quatro dias depois das denúncias contra Marquinhos, o outro irmão, o deputado federal Fábio Trad (PSD), tratou sobre a questão de estupro e aborto, em recado indireto ao presidente Jair Bolsonaro (PL), foco principal de seus comentários no Twitter.
“Cuidado com o diversionismo! A questão estupro/aborto já está sendo manipulada por quem deveria prestar contas sobre a fome, a inflação e a corrupção. O povo não tem o que comer, está sem dinheiro e sendo roubado. Esta é a pauta. Olho vivo!”, comentou, sugerindo que a pauta sobre estupro e aborto fosse assunto menor naquele momento.