CAMPO GRANDE
A vereadora de Campo Grande Camila Jara (PT), 27 anos, teve nudez vazada na internet no último domingo (6). Jara foi eleita deputada federal em 30 de outubro com 56 mil votos.
Ao site Primeira Página, da TV Morena, a parlamentar explicou que houve invasão cibernética em seu aparelho de telefone celular, por meio do qual houve postagem de foto em que ela aparece nua. Jara confirma que a foto é autêntica, mas garante que a imagem foi feita para avaliação nutricional.
O site informa que a fotografia foi postada no Instagram da vereadora. Não foi nem meia hora, tempo suficiente para o print entrar em ação e a imagem ganhar o mundo sem freio do encaminhamento, esclarece a publicação.
Caso politizado
Ao apresentar sua versão, a vereadora levou o assunto para o lado político. “Por que quando uma mulher incomoda a elite, seu corpo vira alvo e não suas ideias?”, indagou. E continua: “Por que quando uma jovem se destaca frente a velha política, seu corpo é exposto e não o seu trabalho?”.
Camila Jara, no entanto, esteve ao lado da chamada “velha política” em toda sua campanha. Andou com o ex-governador Zeca do PT, eleito deputado estadual, e trabalhou pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente por dois mandatos.
Lula esteve envolvido em dois grandes esquemas de corrupção, como Mensalão e Lava Jato, quando foi investigado e condenado a 25 anos de prisão. As condenações, contudo, foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com argumento de que o ex-presidente deveria ter sido julgado em Brasília e não em Curitiba.
Providências
Sobre o vazamento do “nude”, a assessoria de imprensa da vereadora informou que o setor jurídico estava tomando providências para esclarecer a invasão do seu celular. Também alertou que armazenar e compartilhar fotos íntimas é crime previsto em lei, com pena de até 2 anos, além de multa.
“Em relação ao compartilhamento frequente da foto íntima da Camila Jara, foi solicitado ao WhatsApp por notificação extrajudicial, que fosse deixado de ser disponibilizado o conteúdo, bem como está sendo apresentado notícia-crime à Delegacia Especializada da Mulher para apurar os autores dos possíveis crimes de divulgação de imagem íntima, difamação, injúria e violência política de gênero”, informou a assessoria.
Questionada por que a parlamentar não registrou Boletim de Ocorrência para investigação do caso, a assessoria explicou que a notícia-crime tem o mesmo efeito prático do B.O. “A principal diferença é que, na notícia crime, a própria vítima comunica os fatos através de uma petição”, acrescentou.
Dancinha
A vereadora do PT já se envolveu em outra polêmica. Com menos de um ano no cargo, Jara fez dancinha no plenário da Câmara de Vereadores, em novembro de 2021, com ironias ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A quebra do decoro de Jara, além da do seu colega Tiago Vargas (PSD), gerou artigo no MS em Brasília (ver aqui).
A atitude de ambos os vereadores causou alterações no regimento interno da Casa para evitar que fatos semelhantes viessem a ocorrer. Na época, o presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), considerou as dancinhas como “fato grave” e afirmou: “Não estamos lá para dançar, mas para lutar por melhorias para o povo”.