CAMPO GRANDE
O governador eleito de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), afirma que é possível fazer gestão que desenvolva ainda mais o Estado e mantenha os programas de preservação ambiental. A declaração foi feita nesta terça-feira (29) em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o Estadão. Riedel disse que fará um governo de diálogo com os poderes pelo desenvolvimento do Estado e do país.
“Vou trabalhar dentro de uma relação de respeito com os poderes constituídos e baseada em uma agenda necessária para o Mato Grosso do Sul. Nós temos que despersonalizar as questões políticas e focar nos resultados”, disse o governador eleito.
Defensor do agronegócio com responsabilidade ambiental, o futuro governador afirmou que irá executar políticas de preservação dos biomas, com redução do desmatamento e balanço de carbono.
“São questões que devemos encarar como algo necessário, sem antagonismo. Resguardar a integridade dos biomas para a biodiversidade e fazer o balanço de carbono são as grandes agendas do mundo globalizado e Mato Grosso do Sul já tem uma agenda muito clara que envolve a energia renovável, boas práticas na agropecuária e programas de incentivo fiscal vinculados à eficiência de emissão de carbono”, afirmou Eduardo Riedel.
Riedel afirmou que irá executar políticas de preservação dos biomas, com redução do desmatamento e balanço de carbono
Sobre o PSDB, o governador eleito diz que o partido precisa debater sua organização e deve pensar um algumas questões, como uma confederação ou algo que dê mais força no Congresso Nacional.
“O PSDB me ajudou muito, até pela musculatura que temos no Estado que já governamos. Dos 79 municípios, temos quase 40 prefeitos e outros 17 vice-prefeitos. Conseguimos angariar uma expressão política muito forte, mas o partido vive uma crise interna, diante da polarização, e até uma perda de identidade. Então, é hora de recompor nacionalmente e debater novos rumos”, recomenda.
“Conseguimos angariar uma expressão política muito forte, mas o partido vive uma crise interna, diante da polarização, e até perda de identidade” — Eduardo Riedel sobre o PSDB
Eleito com 56,9% dos votos no segundo turno contra o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), Riedel explicou alguns motivos que o levaram à vitória nas eleições deste ano, depois de iniciar a disputa com apenas 3% da preferência do eleitorado sul-mato-grossense.
“Ao ver a votação do nosso projeto, sabemos que foi claramente resultado da campanha com propostas que fizemos. A população entendeu que o nosso projeto não representava nenhum tipo de extremismo e que nós tínhamos um conteúdo programático mais assertivo em relação à agenda que não é de esquerda nem de direita, que é o desenvolvimento com responsabilidade social”, destacou.
A população entendeu que o nosso projeto não representava nenhum tipo de extremismo
O governador eleito argumenta que o eleitor sul-mato-grossense teve duas candidaturas para escolher e decidiu por quem apresentou propostas.
“O meu adversário não tinha consistência de discurso. Minha agenda trouxe para o debate questões reais e importantes para o MS, como o municipalismo, a regionalização da saúde pública, o meio ambiente e à proteção de terras indígenas, juntamente com o desenvolvimento do agronegócio”, conclui.